VREIA DE BORNES – HISTÓRIA
Situada na zona Oeste da Serra da Padrela, numa vasta zona natural, a freguesia de Vreia de Vreia de Bornes uma área de 17,7 km² de 567 habitantes (censos 2021), pertence ao Concelho de Vila Pouca de Aguiar, de cuja sede dista aproximadamente 9 quilómetros, no distrito de Vila Real.
A freguesia tem por orago Nossa Senhora da Natividade, que a população festeja todos os anos, no dia 8 de setembro. “Vreia de Bornes” é um topónimo composto, sendo o primeiro elemento, “Vreia”, um derivado do latim “vereda”, topónimo que se refere a um caminho, porventura estrada antiga; o elemento determinativo “de Bornes”, que é posterior ao século XIII, parece vir do céltico “bornos”, “Buraco”, e depois “Limite”; contudo, pela tradição local, é associado a uma espécie de falcão, designada “Borni”, devendo-se a sua aplicação á necessidade de distinguir esta Vreia da outra existente no concelho.
O povoamento desta freguesia é certamente muito remoto, podendo-se ainda encontrar alguns vestígios das primeiras povoações que se fixaram no seu território, como é o caso de fortificações castrejas e edificações dolménicas abundantes por toda a região. Contudo, a instituição da atual freguesia é relativamente recente, sabendo-se que não estava ainda criada no século XIV. As Inquirições de 1220, na paróquia de “Sancto Martino de Bornes” em “terra” de Aguiar, citam como pertencentes á freguesia de Bornes, as povoações ou “Villas” de Barbadães, Eiriz, Santa Maria de Vreia ( atualmente , sede da Freguesia de Vreia de Bornes) e Sabroso (atualmente, freguesia independente).Em 1220, o estado das propriedades nestas “villas”, quanto a prédios propriamente da coroa, ou seja, reguengos, existiam: em “Barvadães de Jusão (de baixo)”, (não se citando o Barbadães de Cima)um casal e meio; em “Eiriz”, apenas um casal; de “Vreia”, diz-se que “sancta maria de Verea est cautata”, isto é, existia no local um templo de certa importância, pois mereceu ser coutada a “Villa” reguenga de Vreia, por D.Sancho I: “quam couvatit domnus rex sancius própria manu”, nada tributando á coroa, os habitantes do couto, senão pelo que cultivassem fora dos limites deste: “et omnes qui laborant extra cautum dant quartam panis “.
No que diz respeito a foros, as mesmas Inquirições declaram que em Barbadães de Baixo se dá a “vida” ao mordomo da coroa na “terra”, além de se peitar voz-e-coima, e todos, “eciam omnes heredatores” dão cada ano uma galinha ao mordomo e noutro ano, dez ovos, alternando; de Eiriz diz-se o mesmo, e de Vreia, nada, uma vez que era couto. Para além da coroa, possuíam bens na freguesia, a Ordem do Hospital, com três casais, a Ordem do Templo, que possuía um casal, tal como o Mosteiro da Fonte Arcada e a Igreja de Santa Eulália; já o Mosteiro de Arnoia, possuía nada menos que treze casais. Em 1220, o tenente da “terra”, D. Rodrigo Mendes de “Sousa” deu carta de povoação ou foral a Monte de Soutelinho, cujo teor não resta hoje, ao contrário do que sucede com as cartas de povoação posteriores, dadas a
Barbadães e Eiriz; os forais de Barbadães de Baixo, dado em março de 1255, de Eiriz, em julho do mesmo ano, são iguais, e o conhecimento do primeiro, dá o conhecimento dos outros, diferenciando apenas os números de casais. Estes pequenos concelhos desapareceram antes do final da Idade Média.
Presentemente a freguesia integra as localidades de Vreia, Eiriz, Barbadães de Baixo, Barbadães de Cima e Soutelinho do Monte.